Efeitos sobre a saúde dos espermatozoides e dos testículos
Os efeitos da cannabis e do Δ9-THC no esperma humano foram investigados in vivo e in vitro (907,908,909). Um declínio significativo na contagem de espermatozóides, concentração e motilidade, e um aumento na morfologia anormal espermática foram observados em homens que fumaram cannabis (8 – 20 cigarros / dia) durante quatro semanas (907).
Em um estudo in vitro, a motilidade espermática e as reações acrossomo foram reduzidas nas frações de espermatozóides de 90% e 45%, sendo a fração de 90% a que apresenta melhor potencial de fertilização e a fração de 45% como subpopulação mais pobre (909) .
A diminuição da motilidade espermática foi observada em ambas as frações nas concentrações de Δ9-THC mimetizando aquelas obtidas recreativamente (0,32 e 4,8 μM), e na fração de 45% nas concentrações de Δ9-THC tipicamente vistas terapeuticamente (0,032 μM). A inibição da reação acrossoma foi observada apenas na concentração de Δ9-THC mais alta testada (4,8 µM) na fração de 90%, enquanto a fração de 45% apresentou reações de acrossomo diminuídas em todas as três concentrações de Δ9-THC testadas.
Tais efeitos carregam a possibilidade de prejudicar as funções cruciais dos espermatozóides e a fertilidade masculina, especialmente nos machos que já estão na fronteira da infertilidade (909).
Um estudo de caso-controle recentemente publicado, de base populacional, relatou que, em comparação com homens que nunca usaram cannabis, aqueles que relataram uso constante tiveram um risco quase duas vezes maior de desenvolver tumores testiculares de qualquer tipo histológico (Odds Razão = 1,94, Intervalo de Confiança 95%: 1,02-3,68) e um risco aumentado em mais de duas vezes de tumores não seminoma ou de células germinativas mistas (Odds Ratio = 2,42, Intervalo de Confiança 95%: 1,08 – 5,42) (910) .
Os homens que relataram o uso de cannabis menos de uma vez por semana pareciam ter um risco elevado de desenvolver tumores de células germinativas testiculares em comparação com os homens que relataram o uso de cannabis com mais freqüência. Os homens que relataram o uso de cannabis por um período inferior a 10 anos também tinham duas vezes mais probabilidade de desenvolver tumores do que aqueles que relataram ≥ 10 anos de uso (910).
Lista de Referências
