A doença de Parkinson é considerada a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente no mundo, afetando em sua maioria a população idosa.
Estudos estimam que a incidência dessa doença possa ser superior a 35 novos casos por 100.000 indivíduos anualmente, demonstrando a sua grande relevância para a saúde mundial.
Devido a sua natureza neurodegenerativa, o Parkinson é uma doença que possui efeitos profundos e graduais na saúde dos pacientes portadores. A progressão lenta da doença gera uma incapacidade acumulada de realizar tarefas do cotidiano no paciente, impactando profundamente também na qualidade de vida dos familiares e cuidadores.
Não existem tratamentos que consigam reverter os efeitos da doença. As terapias atuais limitam-se a reduzir a sintomatologia para proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente. Dessa forma, é imprescindível o estudo e desenvolvimento de novas opções terapêuticas que ajudem no tratamento e manejo de pacientes portadores da doença de Parkinson.
O que é a doença de Parkinson?
Como mencionado, o Parkinson é classificado com um distúrbio neurodegenerativo, ou seja, afeta células nervosas em regiões do cérebro levando a morte neuronal.
Uma das principais características da doença é a perda de neurônios em uma região cerebral denominada substância negra. Essa é uma região conhecida pela existência de uma grande quantidade de neurônios dopaminérgicos que produzem o neurotransmissor dopamina.
A dopamina possui diversas funções em nosso organismo, atuando no sistema neural de recompensa, prazer, humor, atenção, cognição e no controle motor. Com a destruição destes neurônios, o controle do movimento fica prejudicado, o que caracteriza um dos principais sintomas apresentados pelos pacientes: tremores e dificuldade de execução dos movimentos.
Em estágios iniciais, a neurodegeneração fica mais restrita à substância negra, com preservação relativa de outros neurônios dopaminérgicos de outras porções do cérebro. No entanto, com o avanço da doença outras regiões também são afetadas, culminando no surgimento de outros sintomas, como déficit cognitivo, distúrbios do sono, ansiedade, depressão, entre outros.
Quais as causas da Doença de Parkinson?
A destruição de neurônios dopaminérgicos é a principal causa da sintomatologia da doença, mas o que gera essa destruição ainda é motivo de debate científico.
Atualmente, sabe-se que a doença de Parkinson apresenta acúmulo disseminado de uma proteína intracelular chamada α-sinucleína em neurônios. Essa proteína possui funções neuronais ainda não completamente compreendidas, no entanto, quando produzida em excesso, forma agregados que são neurotóxicos. Os gatilhos que geram esse acúmulo incluem diversos fatores ainda em estudo, como mutações genéticas que aumentam sua produção e agregação ou falha na sua degradação.
Além disso, a morte neuronal pode ocorrer em decorrência a outros fatores relacionados ou não com o depósito de α-sinucleína. A disfunção mitocondrial é uma delas, no qual o depósito da proteína pode comprometer a função das mitocôndrias. Como consequência, um maior número de espécies reativas de oxigênio é liberado, contribuindo com o aumento do estresse oxidativo e morte neuronal.
A razão específica pela qual todos estes eventos são desencadeados ainda é um mistério para os cientistas. Atualmente, acredita-se que o desenvolvimento da doença de Parkinson possa ser consequência da combinação de fatores genéticos e ambientais.
O canabidiol pode ajudar a diminuir a ansiedade e os tremores em pacientes com Parkinson?
Ainda que a cura não seja uma realidade, avanços recentes na medicina permitem que os pacientes portadores de Parkinson obtenham uma boa qualidade de vida, principalmente devido ao controle dos sintomas e retardo do avanço da doença. Neste quesito, a cannabis medicinal tem se mostrado uma alternativa promissora para tratamento em conjunto com as terapias convencionais.
Em um recente estudo científico, pesquisadores avaliaram os efeitos do canabidiol (CBD) em pacientes portadores da doença de Parkinson com relação à ansiedade e a intensidade de tremores. O CBD é uma das principais substâncias presentes na planta Cannabis e possui propriedades no controle da ansiedade, no entanto, nenhum teste clínico havia sido feito em pacientes com Parkinson para controle desse tipo de sintoma.
Sintomas de ansiedade podem ser comuns em pacientes com Parkinson (até 67%) e podem estar relacionados aos danos no sistema nervoso que a doença causa ou até com os medicamentos utilizados no tratamento. Além disso, os tremores tendem a piorar quando os pacientes são expostos a situações que geram ansiedade.
Para este estudo, foi realizado um ensaio clínico cruzado, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, utilizando um total de 24 pacientes portadores da doença. Após tomar CBD ou placebo, os participantes foram submetidos a um teste simulado de fala em público, para simular um evento que gere ansiedade no paciente. Foram mensurados diversos parâmetros, como frequência cardíaca, pressão arterial sistêmica, frequência e amplitude do tremor, além de avaliações mais subjetivas como a autoavaliação.
Em resumo, o estudo descobriu que a administração em única dose de 300 mg de CBD foi capaz de diminuir a ansiedade nos pacientes, assim como reduziu a amplitude dos tremores. Estes são achados importantíssimos que ajudam a vislumbrar o CBD como um potencial agente terapêutico.
No entanto, é necessário ressaltar que este é um estudo preliminar e que novas avaliações com um número maior de participantes são necessárias. Além disso, é importante realizar um estudo com a utilização de forma crônica do CBD nesse tipo de situação.
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Referência:
de Faria, S. M., de Morais Fabrício, D., Tumas, V., Castro, P. C., Ponti, M. A., Hallak, J. E., … & Chagas, M. H. N. (2020). Effects of acute cannabidiol administration on anxiety and tremors induced by a Simulated Public Speaking Test in patients with Parkinson’s disease. Journal of Psychopharmacology.Poewe, W., Seppi, K., Tanner, C. et ai. (2017). Doença de Parkinson. Nat Rev Dis Primers.