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Benefícios do Canabidiol no Tratamento da Dor Temporomandibular

Você já sentiu alguma dor na face e pescoço sem causa aparente? Saiba que essas dores podem estar ligadas a um distúrbio bastante comum, denominado bruxismo. 

 

O bruxismo é caracterizado por atividade parafuncional do sistema mastigatório (apertar os dentes, por exemplo) que pode ocorrer tanto no período de vigília, quanto durante o sono. No bruxismo, é comum que o indivíduo desenvolva dor miofascial nos músculos masseteres (músculos mais proeminentes da mandíbula). Essa dor miofascial é um sintoma de dano muscular que leva a um quadro inflamatório local com aumento da liberação de mediadores inflamatórios.

 

Na prática clínica, as principais abordagens para os danos musculares causados pelo bruxismo são através de terapias medicamentosas, agulhamento e massagem profunda. Entretanto, novas terapias têm sido propostas para o tratamento desta injuria, como a utilização da cannabis medicinal.

 

Estudo avaliou a eficácia do canabidiol (CBD) no tratamento da dor

 

Diversos estudos demonstram que os compostos canabinoides agem em nosso organismo simultaneamente em vários alvos celulares envolvidos na dor, tanto perifericamente quanto ao nível central. A literatura indica que a cannabis é eficiente em reduzir dores crônicas em pacientes adultos, devido à sua ação em receptores canabinoides, como o CB1, CB2, entre outros.

 

O CBD é um exemplo de composto extraído da planta cannabis que possui propriedades anti-inflamatórias e antinociceptivas. Além disso, os canabinoides, por meio de sua atuação no sistema nervoso central, podem interagir com a biodisponibilidade da acetilcolina em regiões cerebrais e a norepinefrina dos terminais nervosos simpáticos, induzindo um efeito miorrelaxante.

 

Este efeito miorrelaxante do CBD foi alvo de pesquisa de um recente estudo científico que avaliou a eficácia do composto após a aplicação transdérmica (aplicada através da pele) em pacientes jovens com dor miofascial. Para melhor confiabilidade dos resultados, os participantes foram randomizados em dois grupos (intervenção e controle), sendo conduzido no formato duplo-cego (participantes e avaliadores). 

 

Os participantes do grupo intervenção receberam a formulação de CBD em forma de pomada. Já o grupo controle recebeu pomada semelhante, mas sem a presença do CBD. Para avaliação do efeito miorrelaxante, foi utilizado o teste de eletromiografia de superfície do músculo masseter para verificar sua tensão em repouso e após contração.

 

O CBD é eficaz no tratamento da dor miofascial

 

Após 14 dias de terapia com a aplicação transdérmica do CBD, os pesquisadores encontraram significativa redução da atividade do músculo masseter. Transpondo esses resultados para valores percentuais na comparação entre os dois grupos, o estudo demonstrou que houve diminuição da atividade de 11% do músculo masseter direito e 12,6% do músculo masseter esquerdo no grupo intervenção, enquanto o grupo controle apresentou diminuição de 0,23% no músculo masseter direito e 3,3% no músculo masseter esquerdo.

 

Além disso, os cientistas avaliaram a intensidade da dor através de escala visual analógica (EVA) no dia 0 e dia 14 do estudo. Na escala EVA, é atribuída uma pontuação de acordo com nível de dor relatada pelo paciente. Os resultados do estudo demostraram que na avaliação do dia 0, o grupo intervenção apresentou um score de 5,6 na escala EVA. No entanto, após 14 dias da aplicação transdérmica, esse score de dor diminuiu para 1,67. Já no grupo controle o score de dor foi de 5,10 a 4,60 após 14 dias de aplicação da pomada sem CBD.

 

A ação do CBD se dá em receptores canabinoides no nervo trigemio

 

Diversos estudos científicos relatam a presença de receptores para canabinóides (CB1 e CB2) no gânglio trigeminal. nervo trigêmeo é o principal nervo da face e uma de suas funções é modular a sensibilidade sensorial da cabeça, face e a maior parte da boca e língua, especialmente o maxilar. Esses receptores parecem ser os alvos para terapias de analgesias em distúrbios de dor muscular, como a dor miofascial. 

 

É importante destacar que a dosagem de CBD nas formulações terapêuticas da dor é um fator importante, e o presente estudo teve em sua formulação 1,46% do composto. Os pesquisadores destacam que esta parece ser uma concentração de CBD eficaz em reduzir a intensidade da dor do músculo masseter nestes pacientes. Além disso, o estudo relata que a aplicação transdérmica parece ser uma boa estratégia para tratamento, pois possui uma boa biodisponibilidade do fármaco, com liberação de forma mais constante e por longo período. No entanto, outras vias de administração do CBD, como a oral em forma de óleo, também podem ser consideradas.

 

Este é mais um estudo que destaca e evidência o potencial da cannabis medicinal no tratamento da dor. O trabalho apresenta grande relevância por testar de forma bastante controlada e segura, uma alternativa para a terapia de dor miofascial causada pelo bruxismo. É necessário destacar também que, apesar dos resultados promissores, novas pesquisas deverão ser realizadas com um grupo populacional mais amplo e de diferentes idades para garantir ainda mais a eficácia e segurança do CBD neste tipo de tratamento.

 

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Referência:

Argueta, D. A., Ventura, C. M., Kiven, S., Sagi, V., & Gupta, K. (2020). A Balanced Approach for Cannabidiol Use in Chronic Pain. Frontiers in pharmacology.
Nitecka-Buchta A, Nowak-Wachol A, Wachol K, Walczyńska-Dragon K, Olczyk P, Batoryna O, Kempa W, Baron S. (2019). Myorelaxant Effect of Transdermal Cannabidiol Application in Patients with TMD: A Randomized, Double-Blind Trial. J Clin Med.
Vučković, S., Srebro, D., Vujović, K. S., Vučetić, Č., & Prostran, M. (2018). Cannabinoids and Pain: New Insights From Old Molecules. Frontiers in pharmacology.

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